Monday, October 01, 2012

Para uma política de implantação terminológica em Timor-Leste

No II CIDS (Congresso Internacional de Dialetologia e Sociolinguística), que ocorreu na última semana, entre os dias 24 e 27 de setembro de 2012, na UFPA (Universidade Federal do Pará), em Belém, apresentei uma comunicação sobre socioterminologia, intitulada Para uma política de implantação terminológica em Timor-Leste, que discuti a variação dos termos em Timor-Leste, analisa a política terminológica e aponta alguns problemas e soluções para a situação atual. 

Em breve, a versão completa será publicada nos anais do evento, porém, enquanto a versão completa não for publicada, fica aqui o resumo, que já se encontra publicado no caderno de resumos, que pode ser acessado aqui: http://www.youblisher.com/p/416151-Livro-de-Resumos-II-CIDS/, e também pode ser lido logo abaixo: 

Resumo: 

"A República Democrática de Timor-Leste, ou simplesmente Timor-Leste, é um país multilíngue que conquistou sua independência em tempos recentes, em 2002, e, por isso, encara certos problemas em relação à variação terminológica. As línguas oficiais, de acordo com a constituição, são o português e o Tetun, língua nativa que possui um status de língua franca. Ainda, são aceitas como línguas de trabalho o inglês e o indonésio. O motivo principal pelo qual são aceitas as duas línguas de trabalhos mencionadas foi a dominação indonésia de Timor-Leste, que ocorreu de 1975 até 1999. Assim, o presente trabalho analisará as diferentes propostas terminológicas do INL (Instituto Nacional de Linguística), órgão responsável pela pesquisa linguística no país, e os dados coletados pelo autor junto aos professores leste-timorenses de língua portuguesa e língua Tetun para a terminologia linguística. A teoria utilizada foi dos estudos terminológicos e da variação em terminologia, a socioterminologia, pelo fato da ampla variação encontrada nos dados existentes tanto nas publicações como nos coletados. As formas terminológicas encontradas que foram analisadas à luz da socioterminologia revelaram-se como formas competitivas, com empréstimos do português, do indonésio e a forma vernácula para o mesmo significado, como exemplo o termo ‘substantivo alienável’ apresentou as seguintes variantes: substantivu inalienavel (lusismo), tidak dapat dicabut kata benda (malaísmo) e naran hadook labelek (forma vernácula). Os resultados preliminares desta pesquisa foram identificar as diferentes políticas de implantação terminológica e as contradições existentes entre elas, apontar a ausência de um planejamento linguístico para estas políticas, e a presença de ideologias puristas em torno das línguas nativas leste-timorenses, principalmente na língua Tetun, por parte de alguns estudiosos, o que não reflete a realidade das línguas faladas no país".